Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Vida de Frei Junípero

TEXTO ORIGINAL

Vita fratris Iuniperi - 31

31 Cum vero quidam magnus amicus fratrum vellet multum habere fratrem Iuniperum in hospitio suo, ut ipsum honoraret et cum ipso consolationem aliquam spiritualem haberet, et frater Iuniperus honores quasi venenum fugiens ire ad ipsum recusaret, ad instantiam tandem eiusdem Ordini tantum devoti ad implendum eiusdem desiderium fuit frater Iuniperus per suum Superiorem com­pulsus. Cum igitur ad hospitium illius domini pervenisset, fuit ab ipso et tota fa­milia cum magna iucunditate receptus et solemniter festivatus. Ipse autem honores et applausus quasi offensas recipiebat mortales, et nec unum bonum verbum vel devotionis signum extorquere ab ipso potuerunt, sed continue signum offensae et maxime displicentiae ostendebat. Miratur dominus ille, qui eius tantam famam sanctitatis audiverat, cogitavit tandem, quod forte ex itinere fatigatus, quiescere prae­optabat. Introducitur in bonam cameram in qua bonus lectus pulcris linteaminibus paratus, et ibi solus dimittitur, ut quiescat. Ipse vero valde mane surgens et totum lectum lutu vili deturpans sine congedio quasi fugitivus recessit. Ille vero multum de ipso scandalizatus remansit. Quod audiens frater Iuniperus fratribus referentibus, qui eius murmurationes audiverant et de tanta amici offensa ipsum arguebant, reprehensiones approbans de contemptu illius domini tam interius quam exterius magnam laetitiam ostendebat.

TEXTO TRADUZIDO

Vida de Frei Junípero - 31

31 Como um grande amigo dos frades quisesse muito ter Frei Junípero como seu hóspede, para honrá-lo e para ter com ele alguma consolação espiritual, mas Frei Junípero fugia das honras como se fossem um veneno e recusasse ir a sua casa, por insistência de um homem tão devotado à Ordem, para cumprir seu desejo Frei Junípero foi obrigado por seu superior. Quando chegou à hospedaria do referido senhor, foi recebido por ele e toda a sua família com muita alegria, solenemente festejado. Mas ele recebia honras e aplausos como se fossem ofensas mortais, e não puderam arrancar dele nenhuma boa palavra ou sinal de devoção, mas demonstrava sempre estar ofendido e ter a maior displicência. O senhor, que ouvira falar da sua grande fama de santidade, ficou admirado. Afinal pensou que talvez estivesse cansado da viagem e preferisse descansar. Ele foi levado para um bom quarto no qual havia uma boa cama, preparada com bonitos lençóis e lá o deixaram sozinho para descansar. Mas ele, levantando-se bem cedo, sujou a cama de lama e foi embora sem se despedir, como um fugitivo. O senhor ficou muito escandalizado com ele. Quando Frei Junípero soube disso porque foi contado pelos frades, que tinham ouvido os boatos e o criticavam por tão grande ofensa feita ao amigo, aprovou as repreensões pelo desprezo do referido senhor, manifestava interior e exteriormente uma enorme alegria.