Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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TEXTO ORIGINAL

Legenda Sanctae Clarae Virginis - 36

De cotidiana informatione sororum

36 Sane quia magistra erat rudium et quasi in magni Regis palatio praeposita puellarum, tanta eas disciplina informabat, tantoque fovebat pietatis amore, quod sermo nullus explebit. Docet primo strepitum omnem de mentis hospitio pellere, ut solius Dei penetralibus valeant inhaerere. Docet, iam carnalium propinquorum amore non affici, domumque patriam, ut Christo placeant, oblivisci. 
Hortatur, exactiones contemnere fragilis corporis, carnisque nugas imperio restringere rationis. Monstrat insidiosum hostem occultos puris animabus injicere laqueos; aliterque sanctos, aliter tentare mundanos. Sic denique, certis horis vult eas operari manibus suis ut protinus ad conditoris desiderium per orationis exercitium recalescant, et torporem negligentiae deserentes, igne sancti amoris frigus indevotionis deponant. 
Nusquam maior censura silentii, nusquam amplior et color et tenor omnis honesti. Non ibi fluida loquela fluidum loquitur animum, nec verbi levitas levem prodit affectum. Ipsa namque magistra parca in verbis, abunde mentis vota sermonis brevitate coarctat.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda de Santa Clara Virgem - 36

A formação diária das Irmãs

36 Verdadeira mestra dos rudes e formadora de jovens no palácio do grande Rei, ensinava-as com tal pedagogia e as formava com tão dedicado amor que não há palavras para dize-lo. Primeiro, ensinava a afastar de dentro da alma toda convulsão, para poderem firmar-se só na intimidade de Deus. Depois, ensinava-as a não se deixar levar pelo amor dos parentes segundo a carne e a esquecer a casa paterna para agradar a Cristo. 
Exortava a não ligar para as exigências do corpo frágil, dominando com a razão os impulsos da carne. Mostrava que o inimigo insidioso arma laços ocultos para as almas puras e não tenta os santos como tenta os mundanos. Queria que tivessem tempos certos de trabalhos manuais para que, como queria o fundador, se afervorassem depois pelo exercício da oração, fugindo ao torpor da negligência e expulsando o frio da falta de devoção pelo fogo do santo amor. 
Nunca houve maior observância do silêncio nem maior demonstração e prática de toda honestidade. Lá, não havia o espírito de conversas à-toa nem palavras levianas mostrando afetos frívolos. A própria mestra, de poucas palavras, resumia em alocuções breves a abundância de sua mente.