Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Crônica de Jordão de Jano

TEXTO ORIGINAL

Chronica Fratris Iordani - 35

35 Hii omnes venientes Hildenseym a domino Heynrico de Tosseym canonico primo sunt recepti et bene recreati. Deinde se presentantes domino Conrado episcopo, magno predicatori et theologo, ab ipso gloriose sunt recepti. Qui inquam episcopus convocato civitatis sue clero fratrem Johannem de Plano Carpinis, primum custodem Saxonie, fecit clericorum multitudini predicare. Sermone vero finito dominus episcopus fratrem Johannem et fratres ordinis sui clero et populo recommendans ipsis et predicandi et confessiones in sua dyocesi audiendi auctoritatem dedit.
Ad fratrum vero predicacionem et exemplum multi ad penitenciam compuncti se ordini reddiderunt. Quorum unus fuit Bernhardus filius comitis de Poppenburch, maioris ecclesie canonicus, et Albertus magister puerorum, vir litteratus, et quidam Ludolfus et quidam miles. Orta autem ibidem turbacione de recessu quorundam fratrum ab ordine gratia populi tepuit erga fratres ita, ut cum indignacione ipsis elemosinam ministrarent et quasi aversis vultibus respicerent mendicantes. Subito autem Dei providentia cooperante gratia amissa refloruit et populus ad amorem fratrum, ut ceperat, est reversus.

TEXTO TRADUZIDO

Crônica de Jordão de Jano - 35

35 Todos estes, chegando a Hildesheim, foram primeira­mente recebidos e bem restaurados pelo senhor cônego Henrique de Tossum. Em seguida, apresentando-se ao senhor Bispo Conrado, grande pregador e teólogo, foram por ele recebidos com honra. Esse bispo, digo, tendo convocado o cle­ro de sua cidade, mandou que Frei João de Pian Del Cárpine, pri­meiro custódio da Saxônia, pregasse ao grande número de clérigos. Terminado o sermão, o senhor bispo, recomendando Frei João e os frades da Ordem a seu clero e ao povo, deu-lhes autorização de pregarem e de ouvirem confissões em sua diocese.
Pela pregação e exemplo dos frades, muitos, levados à peni­tência, entraram na Ordem. Um destes foi Bernardo, cônego da catedral, filho do conde de Poppenburg; Alberto, mestre dos me­ninos, homem letrado; certo Ludolfo e um cavaleiro. No en­tanto, tendo surgido aí uma desordem por causa do egresso de al­guns frades da Ordem, a simpatia do povo para com os frades esfriou de modo que lhes davam esmola de má vonta­de e olhavam os que mendigavam virando o rosto. Mas logo, com a cooperação da providência de Deus, a simpatia perdida refloresceu, e o povo voltou a amar os frades, como no começo.