Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

  • Fontes Franciscanas
  • Fontes Biográficas
  • Legenda dos Três Companheiros

TEXTO ORIGINAL

Legenda Trium Sociorum - 69

69. 
1 Cuius dilectionis fervorem et iugem passionis Christi memoriam quem gerebat in corde volens ipse Dominus ostendere toti mundo, singularis privilegii mirabili praerogativa ipsum adhuc viventem in carne mirabiliter decoravit. 
2 Cum enim seraphicis desideriorum ardoribus sursum ageretur in Deum et in illum qui caritate nimia crucifigi voluit, transformaretur dulcedine compassiva, 
3 quodam mane circa festum Exaltationis sanctae Crucis, cum oraret in latere montis qui dicitur Alverna, duobus scilicet annis ante obitum suum, apparuit ei seraph unus sex alas (cfr. Is 6,2) habens et inter alas gerens formam pulcherrimi hominis crucifixi, manus quidem et pedes extensos habentis in modum crucis, effigiemque Domini Iesu clarissime praetendentis. 
4 Duabus enim alis velabat caput et duabus reliquum corpus usque ad pedes, duae vero ad volandum (cfr. Is 6,2) extendebantur. 
5 Qua visione disparente, mirabilis in anima ipsius remansit ardor amoris, sed in carne eius mirabilior apparuit impressio stigmatum Domini Iesu (cfr. Gal 6,17) Christi. 
6 Quae vir Dei pro posse abscondit usque ad mortem, nolens publicare Domini sacramentum, licet haec penitus celare nequiverit quin saltem familiaribus sociis fuerit manifestum.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda dos Três Companheiros - 69

69. 
1 O próprio Deus, querendo mostrar ao mundo inteiro o fervor desse amor e a perene memória da paixão de Cristo, que ele trazia em seu coração, honrou-o magnificamente, ainda em vida, com a admirável prerrogativa de um singular privilégio. 
2 Pois, como era elevado a Deus pelos ardores seráficos dos desejos, e se transformava por uma doçura compassiva naquele que por enorme caridade quis ser crucificado, 
3 certa manhã, perto da festa da Exaltação da Santa Cruz, quando estava orando num lado do monte chamado Alverne, dois anos antes de sua morte, apareceu-lhe um serafim que tinha seis asas e carregava entre as asas a forma de um belíssimo homem crucificado, com as mãos e os pés estendidos em forma de cruz e apresentando com muita clareza o rosto do Senhor Jesus. 
4 Com duas asas cobria a cabeça, com duas o resto do corpo até os pés, mas as outras duas se estendiam para voar. 
5 Quando a visão desapareceu, ficou em sua alma o admirável ardor do amor, mas em sua carne apareceu mais admirável a impressão dos estigmas do Senhor Jesus. 
6 O homem de Deus procurou ocultá-los como pôde até a morte, não querendo publicar o sacramento do Senhor, embora não conseguisse escondê-los absolutamente, sem que fossem conhecidos pelo menos por seus familiares.