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TEXTO ORIGINAL

Legenda Trium Sociorum - 68

Caput XVII - De sacratissima morte beati Francisci et qualiter per biennium ante receperat stigmata Domini nostri Iesu Christi.

68 
1 Post viginti autem annos ex quo perfectissime Christo adhaesit, apostolorum vitam et vestigia sequens (cfr. 1Pet 2,21), apostolicus vir Franciscus, anno dominicae Incarnationis millesimo ducentesimo vigesimo sexto, quarto nonas octobris, die dominico, felicissime migravit ad Christum post multos labores requiem aeternam adeptus et digne Domini sui conspectibus praesentatus. 
2 Cuius animam vidit unus ex discipulis eius sanctitate famosus, quasi stellam lunae immensitatem habentem et claritatem solis praetendentem, super aquas multas (cfr. Ps 28,3) subvectam a nubecula candida (cfr. Apoc 14,14), recto tramite in caelum conscendere (cfr. Ios 8,20). 
3 Laboraverat enim multum in vinea Domini (cfr. Is 5,7), sollicitus et fervens in orationibus, ieiuniis, vigiliis, praedicationibus et salutaribus itineribus (cfr. 2Cor 11,26.27), in cura et compassione proximorum suique abiectione, a suae conversionis initio usque ad transmigrationem ipsius ad Christum quem ex toto corde dilexerat (cfr. Mat 22,37), assidue memoriam eius habens in mente ipsumque ore collaudans et glorificans operibus fructuosis. 
4 Sic enim ferventissime ac praecordialiter Deum dilexit, quod audiens eum nominari, liquefactus totus interius, exterius prorumpebat, dicens caelum et terra deberent ad nomen Domini inclinari.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda dos Três Companheiros - 68

Capítulo 17 - Da morte santíssima do bem-aventurado Francisco e como ele, dois anos antes, havia recebido os estigmas de nosso Senhor Jesus Cristo.

68. 
1 Depois de vinte anos desde que aderira perfeitissimamente a Cristo, seguindo a vida e os vestígios dos apóstolos, Francisco, o varão apostólico, no ano 1226 da Encarnação do Senhor, no dia quatro de outubro, um domingo, migrou com a maior felicidade para Cristo, conseguindo a vida eterna depois de muitos trabalhos, apresentando-se dignamente diante do seu Senhor. 
2 Um de seus discípulos, famoso por santidade, viu sua alma subir diretamente ao céu como uma estrela do tamanho da lua, e quase tão brilhante como o sol. Elevava-se sobre muitas águas e tinha por baixo uma nuvenzinha branca. 
3 De fato, tinha trabalhado muito na vinha do Senhor, solícito e fervoroso nas orações, nos jejuns, nas vigílias, nas pregações e nas viagens de salvação, no cuidado e na compaixão do próximo e na abjeção de si mesmo, desde o começo de sua conversão até sua transmigração para Cristo, a quem amara de todo coração, mantendo assiduamente sua memória na mente, louvando-o com a boca e glorificando-o com obras frutuosas. 
4 Tinha um amor tão fervoroso e profundo por Deus que, ouvindo falar seu nome, todo derretido interiormente, prorrompia externamente dizendo que o céu e a terra deveriam inclinar-se ao nome do Senhor.