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TEXTO ORIGINAL

Sacrum Commercium S.Francisci cum domina Paupertat - 20

Capitulum 20 - Avaritia nomen Discretionis assumit.

1 “Ambulantibus vero ipsis in tanto fervore dilectionis Christi, Avaritia, nomen Discretionis assumens, cepit dicere ad illos: 
2 “Nolite sic vos rigidos ostendere hominibus nec honorem eorum sic contemnatis, sed ostendite vos affabiles eis et oblatam gloriam nolite exterius respuere, sed interius id summopere facite. 
3 Bonum est habere amicitias regum, notitias principum, familiaritates magnorum, quia, dum ipsi sic vos honorant et venerantur, dum sic vobis assurgunt et occurrunt, multis est ad exemplum; qui, hoc videntes, ad Deum facilius convertuntur”. 
4 Ipsi vero videntes profectum, datum acceptaverunt consilium, sed non custodientes se a laqueo posito iuxta viam, gloriam et honorem demum amplexati sunt toto corde. 
5 Tales se fore intus existimabant quales predicabantur foris, ponentes gloriam suam in ore laudantium, sicut fatue in vendentibus (cfr. Mat 25,8) et servus inutilis (cfr. Mat 25,30) in terra. 
6 Homines vero, qui tales eos esse putabant interius quales exterius videbantur, bona sua libenter offerebant eis in remissionem peccatorum suorum. 
7 Que in principio ipsi velut stercora (cfr. Phip 3,8) omnia reputabant, dicentes: “Nos pauperes sumus et semper esse desideramus, non vestra desideramus, sed vos (cfr. 2Cor 12,14). 
8 Habentes alimenta et quibus tegamur, iis contenti sumus (cfr. 1Tim 6,8), quia vanitas vanitatum et omnia vanitas (Qo 1,2; 12,8)”. 
9 Propterea devotio hominum in eis cotidie crescebat magis, ita ut multi eorum minus sua diligerent, que a sanctis sic videbant contemni”.

TEXTO TRADUZIDO

Sacrum Commercium S.Francisci cum domina Paupertat - 20

Capítulo 20 – A Avareza arroga-se o nome de Discrição.

1 “Quando eles andavam em tão grande fervor de amor por Cristo, a Avareza arrogou-se o nome de Discrição e começou a dizer-lhes: 
2 “Não vos mostreis tão rígidos para as pessoas, nem desprezeis desse modo a honra deles, mas mostrai-vos afáveis para com eles e não rejeiteis exteriormente a honra que vos prestam, mas fazei isso interiormente, o máximo que puderdes. 
3 É bom ter a amizade dos reis, a familiaridade dos grandes, o reconhecimento dos príncipes, porque, quando eles assim vos honram e veneram, quando vêm ao vosso encontro e vos acolhem, é um exemplo para muitos, porque, vendo isso, convertem-se mais facilmente para Deus”. 
4 Eles, vendo o proveito, receberam o conselho dado mas, como não se cuidaram do laço armado à beira do caminho, abraçaram, afinal, a glória e a honra, com todo o coração. 
5 No íntimo, eles achavam que eram como se dizia fora, e punham sua glória na boca dos aduladores, como as loucas diante dos vendedores (cfr. Mt 25,8) e o servo inútil na terra (cfr. Mt 25,30). 
6 Mas as pessoas, que achavam que eles eram por dentro o que pareciam por fora, ofereciam-lhes suas coisas de boa vontade, para a remissão de seus pecados. 
7 No começo, tinham-nas eles todas como esterco (cfr. Fp 3,8), dizendo: Nós somos e queremos ser sempre pobres, não queremos vossas coisas más (cfr. 2Cor 12,14). 
8 Tendo alimento e com que nos cobrir, estamos contentes com isso (cfr. 1Tm 6,8), porque vaidade das vaidades, tudo é vaidade (Qo 1,2; 12,8)”. 
9 Por isso, a devoção das pessoas para com eles crescia cada dia, de modo que muitos deles amavam menos as suas coisas, que viam ser desprezadas dessa forma pelos santos”.