Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Legenda dos Três Companheiros

TEXTO ORIGINAL

Legenda Trium Sociorum - 15

15.
1 Unde cum sederet aliquando ad manducandum cum saecularibus et dabantur ei aliqua cibaria delectabilia corpori suo, parum gustabat ex eis, aliquam excusationem praetendens ne videretur ea propter abstinentiam dimisisse. 
2 Et quando comedebat cum fratribus, in cibis quos edebat saepe ponebat cinerem, dicens fratribus in abstinentiae suae velamen, fratrem cinerem esse castum. 
3 Cum autem semel ad manducandum sederet, dixit ei quidam frater quod beata Virgo in hora comestionis ita fuerat paupercula quod non habebat quid daret filio suo ad manducandum. 
4 Quod audiens, vir Dei suspiravit cum magno dolore, mensaque relicta, panem super nudam terram comedit. 
5 Multotiens vero cum sederet ad manducandum, parum post comestionis initium subsistebat non comedens neque bibens, suspensus circa caelestia meditanda. 
6 Nolebat enim tunc verbis aliquibus impediri, alta suspiria ex intimo cordis emittens, dicebat etiam fratribus, ut semper cum audirent eum taliter suspirantem, laudarent Deum et pro ipso fideliter exorarent. 
7 Haec de suo fletu et abstinentia diximus incidenter ut ostenderemus ipsum post dictam visionem et allocutionem imaginis Crucifixi fuisse usque ad mortem semper Christi passioni conformem.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda dos Três Companheiros - 15

15. 
1 Por isso, quando se sentava alguma vez com seculares para comer e lhe davam alguns alimentos gostosos para o seu corpo, provava um pouquinho deles, dando alguma desculpa para não mostrar que se omitira por abstinência. 
2 E quando comia com os irmãos, muitas vezes colocava cinza nos alimentos dizendo aos frades que, para velar por sua abstinência, a irmã cinza era casta. 
3 Certa vez, estando sentado para comer, um irmão contou-lhe que a bem-aventurada Virgem era tão pobrezinha, que não tinha o que dar de comer ao seu Filho na hora do almoço. 
4 Ouvindo isto, o homem de Deus suspirou com grande dor, e, deixando a mesa, comeu pão sobre a terra nua. 
5 Muitas vezes, porém, estando à mesa para comer, logo de início, parava, deixava de comer e beber, absorto na meditação das coisas celestiais. 
6 Não queria, então, que o impedissem com algumas palavras, soltando altos suspiros do íntimo do coração. Dizia também aos irmãos que sempre que o ouvissem suspirar desta maneira louvassem a Deus e pedissem fielmente por ele. 
7 Narramos estas coisas acerca do seu pranto e de sua abstinência, incidentalmente, para mostrar que, depois da visão e das palavras do Crucifixo, tornou-se sempre conforme à paixão de Cristo, até à morte.