Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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TEXTO ORIGINAL

Compilação de Assis - 41

[41] 
1 Affirmabat Minores fratres novissimo tempore (cfr. Iudas 18) idcirco a Domino missos, ut peccatorum obvolutis caligine lucis exempla monstrarent. 
2 Suavissimis dicebat se repleri odoribus (cfr. Ex 19,18; Ioa 12,3), et unguenti pretiosi (cfr. Mat 26,7) virtute liniri, cum sanctorum fratrum per orbem distantium audiebat magnalia (cfr. Act 2,11). 
3 Accidit fratrem quendam coram quodam nobili viro de insula Cypri, semel in fratrem alium verbum iactare (cfr. Iob 18,2) injurie. 
4 Qui cum ex verbi conflictu lesum aliquantulum cerneret fratrem, asinino stercore sumpto, in suimet accensus vindictam ori proprio illud conterendum immittit dicens: 
5 ”Stercus commasticet lingua, que in fratrem meum iracundie venenum effudit (cfr. Prov 23,32)”. 
6 Aspiciens hoc vir ille stupore attonitus nimium hedificatus discessit, et ex tunc se et sua, voluntati fratrum exposuit. 
7 Hoc omnes fratres infallibiliter ex more servabant, ut si quis eorum alteri verbum quandoque turbationis inferret protinus, in terra prostratus (cfr. 2Mac 10,4), lesi pedem vel inviti beatis osculis demulceret. 
8 Exultabat sanctus in talibus cum suos filios audiebat ex se ipsis exempla sanctitatis educere, benedictionibus omni acceptione dignissimis (cfr. 1Tim 1,15) fratres illos accumulans, qui verbo vel opere (cfr. Col 3,17) ad Christi amorem inducerent peccatores. 
9 Animarum zelo, quo perfecte repletus erat (cfr. Act 5,17), volebat sibi filios vera similitudine respondere.

TEXTO TRADUZIDO

Compilação de Assis - 41

[41] 
1 Afirmava que os frades menores tinham sido enviados pelo Senhor nos últimos tempos para darem exemplos de luz aos que estavam envolvidos pela escuridão dos pecados. 
2 Dizia que se enchia de suavíssimos odores e pela virtude de preciosos unguentos quando ouvia contar os feitos dos santos frades espalhados pelo mundo. 
3 Aconteceu que certo frade, uma vez, diante de um senhor nobre da ilha de Chipre, lançou uma palavra de injúria contra um outro frade. 
4 O qual, quando viu que o irmão estava um tanto ferido pela ferida da palavra, pegou esterco de asno e, aceso pela vingança de si mesmo, enfiou-o na própria boca para mastigá-lo, dizendo: 
5 ”Mastigue esterco a língua que derramou o veneno da ira sobre o meu irmão”. 
6 Vendo isso, aquele homem, atônito, foi embora muito edificado, e a partir daí ofereceu a si e suas coisas à vontade dos frades. 
7 Isso todos os frades observavam infalivelmente por costume: se algum deles lançasse sobre o outro uma palavra de perturbação, prostrava-se por terra para acariciar com beijos o pé do ofendido, mesmo que não quisesse. 
8 O santo exultava com essas coisas quando ouvia que seus filhos davam exemplos de santidade por si mesmos, acumulando de bênçãos digníssimas por todos os títulos esses frades que por palavra ou obra levavam os pecadores ao amor de Cristo. 
9 Pelo zelo das almas, de que estava perfeitamente repleto, queria que seus filhos correspondessem a ele por verdadeira semelhança.