Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Fontes Biográficas
  • Tomás de Celano
  • Segunda Vida (2Cel)

TEXTO ORIGINAL

Secunda Vita (2Cel) - 200

200 
1 Volebat hoc die pauperes et famelicos a divitibus saturari (cfr. 1Re 2,5), et annonam et foenum plus solito bobus et asinis indulgeri. 
2 “Si locutus”, ait, “fuero Imperatori, supplicabo constitutum fieri generale, ut omnes qui possunt, frumenta et grana per vias proiciant, ut die tantae sollemnitatis abundent aviculae, praecipue sorores alaudae”. 
3 Paupercula Virgo quanta illo die fuerit circumvecta penuria, non sine lacrimis recolebat. 
4 Sedenti namque ad prandium die quadam, paupertatem beatae Virginis commemorat quidam frater, et Christi Filii eius inopiam replicat. 
5 Protinus surgit a mensa (cfr. 1Re 20,24), singultus ingeminat dolorosos, et perfusus lacrimis supra nudam humum reliquum panem manducat. 
6 Inde hanc virtutem regiam esse dicebat, quae in Rege et Regina tam praestanter effulserit. 
7 Nam et consultantibus in conclavi fratribus, quae virtus magis amicum redderet Christo, quasi secretum sui cordis aperiens, respondebat: “Paupertatem noveritis, filii, specialem viam salutis, cuius est fructus multiplex et paucis notissimus”.

TEXTO TRADUZIDO

Segunda Vida (2Cel) - 200

200 
1 Queria que, nesse dia, os pobres e os esfomeados fossem saciados pelos ricos, e que se concedesse uma ração maior e mais feno para os bois e os burros. 
2 Até disse: “Se eu pudesse falar com o imperador, pediria que promulgasse esta lei geral: que todos que puderem joguem pelas ruas trigo e grãos, para que nesse dia tão solene tenham abundância até os passarinhos, e principalmente as irmãs cotovias”. 
3 Não podia recordar sem chorar toda a penúria de que esteve cercada nesse dia a pobrezinha da Virgem.
4 Num dia em que estava sentado a almoçar, um dos frades lembrou a pobreza da Virgem bem-aventurada e as privações de Cristo seu Filho. 
5 Ele se levantou imediatamente da mesa, soltou dolorosos soluços e comeu o resto de pão no chão nu, banhado em lágrimas. 
6 Dizia que a pobreza era uma virtude real, pois brilhava de maneira tão significativa no Rei e na Rainha. 
7 Quando os frades lhe perguntaram, em uma reunião, que virtude mais faz de alguém um amigo de Cristo, respondeu, como quem contava um segredo de seu coração: “Ficai sabendo, filhos, que a pobreza é o caminho especial da salvação, que seu fruto é múltiplo e conhecidíssimo por poucos”.