Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Tomás de Celano
  • Segunda Vida (2Cel)

TEXTO ORIGINAL

Secunda Vita (2Cel) - 156

Caput CXVI - De quibusdam malum exemplum dantibus, et maledictio sancti ad eos, et quam graviter hoc ferebat.

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1 Sic etiam qui sacram violaret religionem iniquis operibus (cfr. 2Pet 2,8) vel exemplis, maledictionibus eius gravissimam incurrebat sententiam. 
2 Nam cum die una dictum esset ei, quod Fundanus episcopus dixisset duobus fratribus euntibus coram eo, qui sub specie maioris sui contemptus barbam longiorem nutriebant: “Cavete, ne religionis pulchritudo praesumptione novitatum huiuscemodi deturpetur”: 
3 surrexit sanctus continuo, et ad caelum protensis manibus (cfr. 2Mac 14,34), lacrimis perfusus, in huiusmodi orationis verba vel potius imprecationis erupit: 
4 “Domine Iesu Christe, qui duodenum Apostolorum numerum elegisti, de quo licet uno cadente, caeteri tamen adhaerentes tibi sanctum Evangelium uno repleti spiritu (cfr. Eph 2,18) praedicarunt, 
5 tu, Domine, in hac hora novissima (cfr. 1Ioa 2,18) antiquae misericordiae memorans (cfr. Ps 88,50; Sir 51,11), fratrum plantasti religionem in tuae fidei fulcimentum, et ut Evangelii tui per eos mysterium impleretur. 
6 Quis ergo pro ipsis coram te satisfaciet, si ad quod missi sunt, non solum omnibus lucis exempla non monstrent, sed potius ostendant opera tenebrarum (cfr. Rom 13, 12)? 
7 A te, sanctissime Domine, et a tota caelesti curia, et a me parvulo sint maledicti, qui suo malo exemplo confundunt et destruunt quod olim per sanctos fratres Ordinis huius aedificasti, et aedificare non cessas!”. 
8 Ubi sunt qui sua benedictione felices se praedicant, et familiaritate ipsius se iactant pro velle potitos? 
9 Si, quod absit, inventi fuerint absque poenitudine in aliorum periculo in se monstrasse opera tenebrarum, vae illis (cfr. Iudas 11), vae damnationis aeternae!

TEXTO TRADUZIDO

Segunda Vida (2Cel) - 156

Capítulo 116 - Sobre alguns que dão maus exemplos e sobre a maldição do santo para eles, e como achava isso grave.

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1 Da mesma maneira, quem comprometia a Ordem com más ações e maus exemplos incorria na sentença pesada de sua maldição. 
2 Contaram-lhe, um dia, que o bispo de Fondi tinha dito a dois frades que se haviam apresentado com a barba mais comprida a pretexto de melhor desprezarem a si mesmos: “Tomem cuidado para que a beleza da religião não se deturpe com novidades desse tipo”. 
3 O santo levantou-se na mesma hora, ergueu as mãos para o céu e, banhado em lágrimas, prorrompeu nesta oração, ou até melhor, nesta imprecação: 
4 “Senhor Jesus Cristo, que escolhestes doze apóstolos. Um deles caiu, mas os outros ficaram unidos a vós e pregaram o Evangelho cheios do mesmo espírito. 
5 Senhor, lembrando- vos nesta última hora da antiga misericórdia, plantastes uma religião de irmãos, para apoiar a fé e cumprir através deles o mistério de vosso Evangelho. 
6 Quem vai poder satisfazer por eles diante de vós, pois não só deixam de dar a todos os exemplos luminosos daquilo para que foram enviados, mas estão até apresentando obras das trevas? 
7 Que sejam amaldiçoados por vós, santíssimo Senhor, por toda a corte celestial e também por este vosso pobrezinho, os que por seu mau exemplo confundem e destroem o que por santos irmãos desta Ordem edificastes outrora e de edificar não cessais!” 
8 Onde estão os que se proclamam felizes com sua bênção e se gabam de ter gozado à vontade de sua familiaridade? 
9 Se, o que Deus não permita, se descobrir que sem penitência mostraram-se para os outros em si as obras das trevas, ai deles, ai da condenação eterna!