Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

  • Fontes Franciscanas
  • Fontes Biográficas
  • Tomás de Celano
  • Segunda Vida (2Cel)

TEXTO ORIGINAL

Secunda Vita (2Cel) - 22

Caput XV - De discretione sancti Francisci.

22 
1 Clamat una de ovibus nocte quadam, quiescentibus caeteris: “Morior, fratres, morior, ecce, fame!”. 
2 Surgit protinus pastor egregius, et oviculae morbidae remedio debito subvenire festinat. 
3 Mensam parari iubet, licet rusticanis refertam delitiis, ubi vini defectum, sicut et saepius, aqua supplevit. 
4 Incipit primus ipse comedere, et ad caritatis officium, ne tabescat frater ille rubore, reliquos fratres invitat. 
5 Sumpto cum timore Domini cibo (cfr. Act 2,46; 9,31), ne quid deesset officiis caritatis, longam filiis pater de virtute discretionis texit parabolam. 
6 Sale conditum sacrificium Deo (cfr. Lev 2,13) semper reddere iubet, et ut vires proprias in Dei obsequio (cfr. Ioa 16,2) unusquisque consideret, monet attente. 
7 Peccatum simile asserit indiscrete corpori subtrahere debitum, sicut, imperante gula, ei exhibere superfluum.
8 Et addit: “Quod feci ego manducans, carissimi, dispensatione, non voluntate id factum noveritis, quia charitas fraterna mandavit. 
9 Sit vobis charitas in exemplum, non cibus, quia ille gulae, haec deservit spiritui.

TEXTO TRADUZIDO

Segunda Vida (2Cel) - 22

Capítulo 15 - Da discrição de São Francisco.

22 
1 Certa noite, quando todos descansavam, uma daquelas ovelhas começou a gritar: “Estou morrendo, irmãos, estou morrendo de fome!” 
2 O valoroso pastor levantou-se imediatamente e se apressou a acudir sua ovelhinha doente com o devido remédio. 
3 Mandou preparar a mesa, embora cheia de rústicas iguarias, onde havia água no lugar de vinho, como era freqüente. 
4 Ele mesmo começou a comer e, por caridade, para que o irmão não ficasse envergonhado, convidou também os outros irmãos. 
5 Depois de terem tomado o alimento no temor do Senhor, para que nada faltasse ao dever da caridade, contou-lhes o pai uma longa parábola sobre a virtude da discrição. 
6 Mandou que o sacrifício oferecido a Deus fosse sempre temperado com sal (cfr. Lv 2,13) e aconselhou carinhosamente cada um a levar em conta as próprias forças quando pensa em prestar obséquio a Deus. 
7 Afirmou que tanto era pecado deixar de dar o que era devido ao corpo quanto dar-lhe o supérfluo por gula. 
8 E acrescentou: “Deveis saber, caríssimos, que agora comi por cortesia e não por gosto, porque assim mandava a caridade fraterna. 
9 Tomem como exemplo a caridade e não a comida, porque o comer serve à gula, e a caridade ao espírito”.