Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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  • Tomás de Celano
  • Primeira Vida (1Cel)

TEXTO ORIGINAL

Prima Vita (1Cel) - 92

92. 
1 Nam cum esset perfectissimus perfectorum, perfectum abnuens, imperfectum se penitus reputabat.
2 Gustaverat enim et viderat, quam dulcis, suavis (cfr. Ps 33,9) et bonus foret Deus Israel his qui recto sunt corde (cfr. Ps 72,1), et in simplicitate pura et puritate vera quaerunt illum (cfr. Sap 1,1). 
3 Infusa namque dulcedo et suavitas, rarissimis raro data, quam sibi desuper senserat adspirare, cogebat eum totum a se ipso deficere et tanta iucunditate repletus, cupiebat modis omnibus illuc ex toto transire, ubi, excedendo se ipsum, iam parte praecesserat. 
4 Paratus erat homo, spiritum Dei habens (cfr. 1Cor 7,40), omnes animi pati angustias, omnesque passiones corporis tolerare, si tandem optio sibi daretur (cfr. Ios 24,15), ut voluntas Patris caelestis misericorditer compleretur (cfr. Mat 6,14; 12,50) in eo. 
5 Acessit proinde die quadam ante sacrum altare, quod in eremitorio in quo ipse manebat erat constructum, et accepto codice, in quo sacra Evangelia erant conscripta, reverenter altari superposuit illum. 
6 Sicque prostratus in oratione Dei (Cfr. Luc 6,12) non minus corde quam corpore, humili prece poscebat, ut benignus Deus (cfr. Ioel 2,13), pater misericordiarum et Deus totius consolationis (cfr. 2Cor 1,3), suam sibi dignaretur ostendere voluntatem: 
7 et ut perfecte consummare valeret quod olim simpliciter et devote inceperat, quid sibi esset opportunius agere, in prima libri apertione indicari suppliciter precabatur. 
8 Sanctorum quippe ac perfectissimorum virorum spiritu ducebatur, qui pia devotione in desiderio sanctitatis simile aliquid fecisse leguntur.

TEXTO TRADUZIDO

Primeira Vida (1Cel) - 92

92. 
1 Embora fosse perfeitíssimo entre os mais perfeitos, não o reconhecia e se julgava absolutamente imperfeito. 
2 Já tinha provado e visto como é doce, suave e bom o Deus de Israel para os que são retos de coração e o procuram na verdadeira simplicidade. 
3 Doçura e suavidade, que a tão poucos são dadas mas que a ele tinham sido infundidas do alto, arrancavam-no de si mesmo e lhe davam tanto prazer que desejava de qualquer maneira passar de uma vez para o lugar onde uma parte dele já estava vivendo. 
4 Possuindo o espírito de Deus, estava pronto a suportar todas as angústias, a tolerar todas as paixões, contanto que lhe fosse dada a possibilidade de cumprir-se nele, misericordiosamente, a vontade do Pai celestial. 
5 Dirigiu-se um dia ao altar construído na ermida em que estava e, com toda a reverência, depositou sobre ele o livro dos Evangelhos. 
6 Depois, prostrado em oração, não menos com o coração do que com o corpo, pediu humildemente que o Deus de bondade, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, se dignasse mostrar-lhe sua vontade. 
7 E para poder levar a termo perfeito o que tinha começado com simplicidade e devoção, suplicou a Deus que lhe indicasse o que era mais oportuno fazer logo que abrisse o livro pela primeira vez. 
8 Imitava, assim, o exemplo de outros homens santos e perfeitos que, conforme lemos, levados por sua devoção no desejo da santidade, tinham procedido semelhantemente.