Isabel de França, irmã de São Luís IX, também ela Bem-aventurada, tinha São Boaventura como diretor espiritual. Em 1259, com a intervenção de seu irmão, então muito respeitado em Roma, principalmente por ter dirigido a 8ª Cruzada, obteve de Alexandre IV a aprovação de uma Regra para o mosteiro que mandou edificar em Longchamp. Essa Regra, elaborada por uma equipe de Paris, com a colaboração de Frei Mansueto de Castiglion Fiorentino e de São Boaventura, foi corrigida aos 27 de julho de 1263 pelo Papa Urbano IV, podendo, a partir daí, ser aprovada para outros mosteiros. O que não impediu o mesmo Urbano IV de publicar, aos 28 de outubro do mesmo ano, uma outra Regra, com o seu nome.
Sabemos que a Regra foi observada pelos mosteiros de Provins, Le Guiche-Blois e Tolosa, na França; pelos de Londres, Waterbeach, Denney e Bruisyard, na Inglaterra; e pelos de San Silvestro in Capite, San Lorenzo in Panisperna, Giovinazzo e Cuneo, na Itália.
Nossa Regra usa bastante a de Santa Clara e a de Hugolino, mas se destaca especialmente por seu tom místico e espiritual, ressaltando o valor da humildade de Nossa Senhora, mais que o da pobreza. As Irmãs podiam ter propriedades em comum “para evitar a maneira inconveniente de falar em evitar as coisas temporais e para poderem servir mais sossegadamente...”. Também adota a clausura como um quarto voto, seguindo na sua observância o que foi dito por Santa Clara.
Mais informações a respeito podem ser encontradas nos “Escritos de Santa Clara e documentos contemporâneos”, publicados por Frei Ignacio Omaechevarria na BAC.
Usamos a versão A, que está no Bullarium Franciscanum III, págs. 64-68. Essa foi tirada de um manuscrito autógrafo, com selo de chumbo, encontrado no mosteiro de Santa Cruz, em Florença. Há também uma versão B, publicada no Bullarium Franciscanum II, págs. 477-486). Observamos que a versão A é a da correção feita por Urbano IV.
Nossa sigla é RgIs , seguida por Pro ou pelos doze números dos capítulos.