TEXTO ORIGINAL
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1 In Massa Sancti Petri cuidam militi debebat pecuniae quantitatem pauperculus quidam.
2 Cumque prae inopia facultas non suppeteret persolvendi, captus debitor a milite repetente, misereri sibi orabat suppliciter, dilationem quaerens amore beati Francisci.
3 Sprevit superbus miles preces oblatas et Sancti amorem veluti inane quid inaniter vilipendit.
4 Nam cervicose respondens: ”Tali te”, ait, ”loco recludam et tali retrudam carcere (cfr. Gen 41,10), quod nec Franciscus nec aliquis te poterit adiuvare”.
5 Tentavit quod dixit. Carcerem adinvenit obscurum, in quo hominem vinculatum coniecit.
6 Paulo post affuit sanctus Franciscus, et fracto carcere ruptisque compedibus, illaesum hominem reduxit ad propria.
7 Sic fortitudo Francisci, militem praedata superbum, captivum, qui se sibi subiecerat, liberavit a malo (cfr. Mat 6,13; 2Tim 4,18) militisque proterviam mirando miraculo in mansuetudinem commutavit.
TEXTO TRADUZIDO
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1 Em Massa de São Pedro, um pobrezinho devia uma quantia de dinheiro a um cavaleiro.
2 Como não tinha com que pagar, por sua miséria, o devedor foi preso pelo cavaleiro que exigia o pagamento, e orava suplicantemente para que tivesse pena dele, pedindo um prazo por amor do bem-aventurado Francisco.
3 O soberbo cavaleiro desprezou as preces e fez pouco do amor do santo como algo sem valor.
4 Respondeu teimosamente: “Eu vou te colocar num lugar e vou te meter num cárcere em que nem Francisco nem ninguém vai poder te ajudar”.
5 E tentou o que disse. Encontrou um cárcere escuro, onde jogou o homem acorrentado.
6 Pouco depois, apresentou-se São Francisco, quebrou o cárcere, rompeu as algemas, e levou o homem ileso para casa.
7 Assim o poder de Francisco conquistou o soberbo cavaleiro, libertou do mal o prisioneiro que tinha confiado nele e, por um admirável milagre, converteu a protérvia do cavaleiro em mansidão.