Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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TEXTO ORIGINAL

Legenda Maior - XIII,4

4 
1 Cernens autem Christi servus, quod stigmata carni tam luculenter impressa socios familiares latere non possent, timens nihilominus publicare Domini sacramentum, in magno positus fuit dubitationis agone, utrum videlicet quod viderat diceret vel taceret.
2 Vocavit proinde aliquos ex fratribus, et generalibus verbis loquens, dubium coram eis proposuit et consilium requisivit. 
3 Quidam vero ex fratribus, gratia Illuminatus et nomine, intelligens quod aliqua miranda vidisset, pro eo quod videbatur admodum stupefactus, dixit ad virum sanctum: 
4 ”Frater, non solum propter te, verum etiam propter alios, scias tibi ostendi aliquando sacramenta divina. 
5 Timendum propterea iure videtur, ne si quod pluribus profuturum accepisti celaveris, pro talento abscondito (cfr. Mat 25,25) reprehensibilis indiceris”. 
6 Ad cuius verbum motus vir sanctus, licet alias dicere solitus esset: Secretum meum mihi (cfr. Is 24,26), tunc tamen cum multo timore seriem retulit visionis praefatae, 
7 addens quod is qui sibi apparuerat, aliqua dixerit, quae numquam dum viveret, alicui hominum aperiret. 
8 Credendum sane tam arcana illa fuisse sacri illius Seraph in cruce mirabiliter apparentis eloquia, quod forte non liceret hominibus ea loqui (cfr. 2Cor 12,4).

TEXTO TRADUZIDO

Legenda Maior - XIII,4

4 
1 Percebendo o servo de Cristo que não poderiam ficar escondidos dos seus companheiros familiares os estigmas tão fortemente impressos na carne, mas temendo publicar esse sacramento do Senhor, ficou numa grande agonia de dúvida, se devia ou não falar ou calar-se sobre o que vira. 
2 Por isso, chamou alguns dos frades e, falando em palavras gerais, propôs-lhes a dúvida e pediu conselho. 
3 Um dos irmãos, por graça e de nome Iluminato, compreendendo que tinha visto alguma coisa maravilhosa, pois ainda parecia tão espantado, disse ao santo homem: 
4 “Irmão, deves saber que às vezes os sacramentos de Deus te são mostrados não só por tua causa mas também por causa dos outros. 
5 Então, acho que o certo que, se esconderes o que recebeste para muitos, deverás temer ser acusado de repreensível por ter escondido o talento”. 
6 O homem santo, movido por essas palavras, embora dissesse em outras ocasiões: Meu segredo é meu, então, com muito temor, fez a narrativa da referida visão. 
7 Acrescentou que aquele que lhe aparecera tinha dito algumas coisas que nunca deveria contar para ninguém enquanto vivesse. 
8 Devemos crer que certamente eram tão arcanas as palavras daquele sagrado Serafim que apareceu maravilhosamente na cruz, que talvez não fosse lícito dize-las aos homens.