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TEXTO ORIGINAL

Legenda Versificata - 46

XLVI - Item aliud quod fecit cum adhuc viveret. 

Contigit ut, Clara dum viveret, una Sororum 
Consimilem morbum pateretur, eratque vocata 
Andrea; set morbi fugiens sufferre dolorem 
Iniecit sibi stulta manus. Mirumque quod inter 
Ignitos lapides pectus glaciale latebat; 
Frigida sic anima latitabat in igne beato, 
Qui glaciem solvit, qui pulso corda rigore 
Flammat et absumpta purgas rubigine mentes. 
Hec quadam sibi nocte gulam compressit, ut ipsum 
Evomeret vesana globum, conamine tali 
Velle supergrediens celestis Numinis. Idque 
Non latuit Claram; patuit divinitus illi. 
Uni de sotiis iubet ut subcurat eidem 
Sorbendumque sibi calidum quod prebeat ovum, 
Adiciens quod ducat eam. Festinat, eamque 
Seminecem reperit, vides ammisisse loquelam. 
Utque potest relevat, ad matrem ducit; aitque 
Clara sibi: ‘Misera, resipisce, Deoque fatere 
Quos bene cognovi conceptus cordis. Et ecce, 
Quam presumpsisti, tribuit Deus ipse medelam. 
In meliora tue converte novissima vite; 
Ex alio, quem nunc pateris, languore recedes’. 
Hiis contrita, suos mores vitamque reduxit 
In melius; vitioque gule sanata, parum post 
Ex alio morbo concessit in ultima vite.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda Versificada - 46

XLVI – Outra que fez enquanto viva

Aconteceu que, enquanto ainda vivia, uma Irmã teve uma doença parecida. Seu nome era Andrea. Mas, para tentar escapar da dor da doença, meteu em si mesma uma mão estulta. É espantoso que entre aquelas brasas ardentes se escondesse um coração de gelo. E, assim, uma alma fria se ocultava no fogo bem-aventurado, que dissolve o gelo, que afasta o rigor e inflama os corações, limpando as mentes porque consome a ferrugem. 
Uma noite, ela apertou a própria garganta, desesperada, para vomitar aquele inchaço, querendo assim, com essa tentativa, passar por cima da vontade do espírito celeste. 
Isso não ficou escondido para Clara; foi-lhe manifestado por Deus. Ela mandou que uma das companheiras fosse socorre-la. Disse que devia levar-lhe um ovo quente para tomar e que a trouxesse à sua presença. A Irmã correu, encontrou-a meio morta, pois tinha perdido a fala. Levantou-a como pôde, levou-a à madre. E Clara lhe disse: 
“Pobrezinha, arrepende-te e confessa a Deus, que conhece bem o que temos no coração. Eis que o próprio Deus vai te dar o remédio que presumiste encontrar, mas converte para coisas melhores o final de tua vida, porque vais morrer de um outro mal, não do que sofres agora”. 
Arrependida com isso, ela mudou os costumes e a vida para melhor. Sarou do mal da garganta mas, pouco depois, chegou ao fim da vida por outra doença.