Página de Estudos das Fontes Pesquisadas

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TEXTO ORIGINAL

Legenda Versificata - 39

XXXIX- De ceco illuminato. 

Bissenis annis Iacobellus nomine, visum 
Perdiderat: sine ductoris solamine quoquam, 
Quin rueret preceps et devius, ire nequibat. 
Hic semel a puero dimissus et absque ducatu 
Pergens incaute, cecidit, graviterque cadendo 
Collidens miser illi capud sibi fregit et ulnam. 
Cum prope Narne[n]sem pontem de nocte cubaret, 
Cuiusdam domine species apparuit illi, 
Quem vocat in sompnis: ‘Cur non ad me, Iacobelle, 
Assisium properas et amica luce frueris?' 
Evigilans mane tremebundus, visa duobus 
Exponit sotiis, cui ‘Sic audivimus’ aiunt 
‘Quod quedam domina nuper migravit ibidem, 
Ad celebrem cuius tumulum miracula multa 
Ostendit divina manus’. Permotus ad ista, 
Dirigit Assisium gressus, veniensque Spoletum 
Perspicit in sompnis eadem que viderat ante. 
Otius exurgens cursum pre lucis amore, 
Pervenit Assisium; turbisque fluentibus illuc, 
Non patet accessus ad tumbam virginis illi. 
Supponit lapidem capiti, sompnum capit; audit: 
‘Si potes intrare, tibi per Dominum bene fiet’. 
Surgit, cum lacrimis clamas, turbasque precatur 
Quod via prestetur. Postquam fit cessio, statim 
Deponit vestes et se discaltiat, atque 
Corrigia collum precingit, aditque sepulcrum. 
Lentus ei sompnus obrepit. Clara beata 
Precipit ut surgat sanus, lucemque refusam 
Nuntiat. Evigilat, et ubi caligine pulsa 
Clarum per Claram sensit sibi lumen adesse, 
Clarificat laudatque Deum pro munere tanto, 
Quodque Deum laudent estantes excitas omnes

TEXTO TRADUZIDO

Legenda Versificada - 39

XXXIX – O cego iluminado

Um menino de doze anos, chamado Jacobelo, perdera a visão. Não conseguia ir a lugar nenhum sem a ajuda de um guia, porque caía e se perdia. Uma vez, abandonado pelo ajudante e caminhando incautamente sem orientação, caiu e, como o tombo foi grande, o coitado quebrou a cabeça e o braço. 
Estava dormindo, de noite, perto da ponte de Narni, quando lhe apareceu a figura de uma senhora, chamando-o em sonhos: “Jacobelo, por que não vens a mim em Assis? Vais gozar de uma luz amiga”. 
Acordou de manhã e, tremendo, contou o que tinha visto a dois companheiros, que disseram: “Ouvimos dizer que uma senhora morreu lá há pouco tempo e a mão divina está fazendo muitos milagres junto de seu famoso túmulo”. 
Movido por isso, ele dirigiu os passos para Assis e, quando chegou a Espoleto, enxergou em sonhos as mesmas coisas que tinha visto antes. Levantou-se do descanso e foi correndo, por amor da visão, chegando a Assis. Como havia multidões indo para lá, não conseguiu chegar perto da tumba da virgem. Pôs uma pedra embaixo da cabeça e dormiu. Então ouviu: “Se puderes entrar, o Senhor vai te fazer o bem”. 
Levantou-se, clamou chorando e pediu à multidão que lhe abrisse caminho. Quando lhe permitiram, tirou logo a roupa e os calçados, amarrou uma correia ao pescoço e chegou ao sepulcro. Foi tomado por um sono lento. 
A bem-aventurada Clara ordenou que ele se levantasse curado e anunciou que receberia a luz outra vez. Acordou, e assim que a escuridão foi expulsa, percebeu que, por Clara, estava presente uma luz muito clara. Clarificou e louvou a Deus por tão grande dom e exortou todos os presentes a louvarem a Deus.