TEXTO ORIGINAL
XIX- Qualiter ab oratione inflamata redibat.
Dulcia que gustat orans de fonte perhenni,
Et quos igniculos sibi de fornace beata,
Seu que de Sponsi thalamo pigmenta reportat,
Derivat sotiis; has mulcet nectare verbi,
Inflammata suas gaudet flammare Sorores
Ignibus eloquii: mirantur virginis huius
Preclaros vultus, ignitaque verba loquentis.
Clarior est facies ubi de fornace recedit
Ferventis studii,: radiis vibrata supernis.
Inspice quid iustis oratio pura meretur,
Sive quid oranti meditatio sancta rependit.
Ut Moysi quondam, conscenso monte, benigni
Respectu Domini facies (cfr. Ex 34,29) radiosa coruscat;
Sic huic pro modulo dulcis collatio Sponsi,
Dum contenplatur celestia mentis in arce,
Preditat sensus anime faciemque decorat.
TEXTO TRADUZIDO
XIX – Como saía inflamada da oração.
As doçuras da fonte perene, que saboreava ao orar, e as brasas que retirava da bem-aventurada fornalha, ou as pinturas que trazia do leito do Esposo, ela passava para as companheiras. Dava-lhes o néctar das palavras. Inflamada, tinha a alegria de inflamar as Irmãs com o fogo do que tinha a dizer.
Admiravam-se com o rosto iluminado dessa virgem e com as palavras ardentes que comunicava. Sua face ficava mais clara, quando se afastava da fornalha de seu esforço fervoroso: vibrava de raios supernos.
Repara no que merece a oração pura do justo, ou no que a santa meditação produz em quem ora. Como outrora Moisés, subindo à montanha, ficou com o rosto radiante por ver a face do Senhor, assim ela, pelo pouquinho do doce encontro com o Esposo, quando contemplava as coisas celestes no ápice da mente, mais do que enriquecia os sentidos da alma e embelezava o rosto.