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TEXTO ORIGINAL

Legenda Versificata - 7

VII- Qualiter per beatum Franciscum conversa de seculo ad religionem transivit. 

Virgo fugam mundi sitiens pulsansque magistrum, 
Poscit eum quando seu qualiter esset agendum. 
Ulterius dux ille verens differre, quod almus 
Spiritus interno flatu conflarat in ipso 
Virgineo vase, ne quod sibi vera sophia 
Purgarat speculum fedetur pulvere mundi, 
Mandat ut in Palmis vicinis veste decora 
Exeat ad palmas, et postea nocte sequenti, 
Vite presentis per[e]untia castra relinquens, 
In lacrimosa crucis convertat gaudia (cfr. Heb 13,13; Iac 4,9) mundi. 
Exequitur virgo iussum patris, ecclesiamque 
Intrat et in cetu dominarum clara refulget. 
Cunctis ad ramos turbis properantibus, ipsa 
Continuit gressus quodam suffusa pudore; 
Divino nutu Presul descendit ad illam, 
Prebet ei palmam. Sunt hec presagia quedam: 
Quam sibi iam Christus intus sponsaverat, ipsam 
Quodam prevenit speciali Presul honore. 
Utque suus doctor precepit, nocte secuta 
Clara suos egressa lares ad limina sacre 
Virginis accelerat: ipsam cum lumine grandi 
Excipiunt Fratres, leti de divite preda 
Rapta de retibus mundi; statimque recisis 
Crinibus ornatus varios ponpasque reliquid, 
Mundo commigrat, feces Babilonis et omnes 
Respuit illecebras, sordique renuntiat omni. 
Quod de connubio Christi conceperat ante, 
Parturit exterius; in sacra Virginis aula 
Nato se spondet in firmi fedus amoris, 
Virginei floris donans insignia Christo. 
Felix conubium, felixque professio, castus 
Amplexus, iocundus amor, connexio dulcis, 
Sollicitum studium, fervens dilectio! Grandis 
Est pietas, miranda Dei dignatio, per quam 
Mens devota Deo nubit, fragilis caro Verbo, 
Infima iunguntur summis et vilia caris! 
Ad sanctum Paulum sapiens auriga puellam 
Deduci fecit, donec disponeret ille 
Celestis Sponsus fieri quid postea vellet.

TEXTO TRADUZIDO

Legenda Versificada - 7

VII – Como, convertida por São Francisco, passou do século para a vida religiosa.

Como a virgem estava sequiosa de fugir do mundo e o mestre a impelia, perguntou-lhe quando ou de que forma tinha que agir. E o guia, temendo adiar mais o que o Espírito Santo soprara interiormente no próprio vaso virginal, e para que aquele espelho que a verdadeira sabedoria limpara não viesse a sujar-se com a poeira do mundo, mandou que no próximo Domingo de Ramos ela fosse às palmas com um vestido bonito e, depois, na noite seguinte, abandonando os acampamentos da passageira vida presente, convertesse os gozos (cfr. Hb 13,13; Tg 4,9) do mundo nas lágrimas da cruz. 
A virgem cumpriu a ordem do pai, entrou na igreja e se destacou no grupo das mulheres com clareza. Quando todas as pessoas foram buscar os ramos, ela conteve os passos, retida por uma espécie de pudor. Por disposição de Deus, o bispo desceu até ela e lhe entregou a palma. Isso era um presságio: o bispo prestava uma honra especial àquela que Deus já desposara interiormente. 
Como seu instrutor mandara, na noite seguinte, Clara saiu de seu lar e foi depressa à casa da Virgem Sagrada. Os frades receberam-na com muitas luzes, alegres pela rica presa arrebatada das redes do mundo. Imediatamente, cortados os cabelos, deixou os diversos ornatos e pompas. Saiu do mundo, renunciou às fezes da Babilônia e a todos os enganos, renunciou a tudo que era sórdido. 
Deu à luz exteriormente o que antes tinha concebido de sua união com Cristo: no templo sagrado da Virgem comprometeu-se com o Filho em firme aliança de amor, dando a Cristo as insígnias da flor virginal. Feliz união! Feliz profissão, casto amplexo, agradável amor, doce ligação, solícito esforço, fervorosa dileção! Grande é a piedade, admirável a dignação de Deus, pela qual a mente devota desposa Deus; a carne frágil, o verbo; as coisas ínfimas juntam-se às mais elevadas e as mais vis às mais queridas! 
O sábio condutor mandou levar a moça para São Paulo até que o Esposo celeste dispusesse o que queria que fosse feito depois.